Estudo Sugere que Plasma Covalescente é Seguro no Tratamento da COVID-19

O tratamento com plasma convalescente consiste em aplicar a “parte líquida do sangue” de quem já se curou do coronavírus em pacientes que ainda estão lutando contra ele. E um relatório sugere que a técnica é segura.

A lógica desse método é simples: quando alguém entra em contato com um vírus, começa a desenvolver anticorpos contra ele. Ao coletar o plasma sanguíneo de um paciente recuperado (ou convalescente) e aplicá-lo em quem está sofrendo com a Covid-19, os médicos encheriam o organismo doente com anticorpos para debelar a enfermidade.

A questão é que faltam evidências científicas sobre a segurança e a eficácia do método. O novo relatório foi criado a partir dos primeiros 5 mil voluntários hospitalizados que receberam plasma convalescente nos Estados Unidos, como parte de um protocolo de pesquisa. Todos tinham casos graves ou críticos de Covid-19.

Nas primeiras horas após o tratamento, menos de 1% da turma exibiu reações adversas graves, como alergias severas ou lesões nos pulmões. A taxa de mortalidade após sete dias foi de 14,9%. O número está dentro da normalidade se lembrarmos que as pessoas estavam com quadro crítico.

“Estamos investigando no momento quais pessoas são mais ou menos afetadas pelos efeitos colaterais, o que ajudaria a direcionar essa terapia. Mas ainda é cedo para dizer”, conta o médico Michael Joyner, da Mayo Clinic (EUA).

De acordo com ele, se os estudos subsequentes forem positivos, o plasma convalescente pode servir como uma tática para conter os estragos da Covid-19 enquanto não há remédio ou vacina.

Vale lembrar que não é exatamente fácil conseguir plasma convalescente para atender muita gente. É necessário correr atrás dos curados, verificar se estão em condição de fazer a doação, desenvolver uma estrutura para armazenamento e manipulação do material.

Antes disso tudo, devemos torcer para que os próximos resultados de segurança e, sobretudo, eficácia sejam animadores.