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Missionária pioneira na saúde pública em SP embarca para missão na África

Missionária pioneira na saúde pública em SP embarca para missão na África

rmã Monique Bourget integra comunidade das Irmãs Marcelinas e se formou em medicina no Canadá. Há 25 anos, atua nos bairros da Zona Leste de São Paulo prestando atendimento a famílias.

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A irmã Monique Bourget, missionária pioneira da saúde pública na cidade de São Paulo, após implantar e dar andamento ao programa Saúde da Família por 25 anos em Itaquera, na Zona Leste da capital paulista, está de malas prontas para uma missão na África.

Ela irá levar o programa público de apoio à população para Benin, na África, para onde embarca em fevereiro.

Monique levou a vida com dedicação à religião e à medicina. "Eu acho que Deus fez as coisas na minha vida, fez os dois chamados muito próximos um do outro. Mas, a primeira vocação, foi sempre a religiosa. E, quando optei, fiz esse discernimento vocacional, que dura um tempinho, a adolescência, eu falei 'Vou entregar minha vida a Deus', e Deus me usa da forma que quiser", relembra ela.

15 dias após virar freira, a irmã foi aprovada na faculdade de medicina. Canadense, ela desembarcou no Brasil há 25 anos, com o objetivo de levar atendimento às comunidades carentes.

"Quando deu o tempo, terminei a medicina, fiz a residência e a madre me deu obediência, ela achou que no Brasil tinha mais necessidade e que eu poderia contribuir mais", diz a irmã.

Desde que chegou, a missionária faz parte da comunidade das Irmãs Marcelinas, que administra o Hospital Santa Marcelina, fundado em 1960 pelas freiras e é uma referência em saúde da família.

"No Canadá, o sistema é todo público. 50% das vagas de residência são para medicina de família e 50% para outros especialistas. Então, o sistema de saúde é baseado na atenção primária, é uma atenção primária forte. Eu sempre tive modelo de médicos muito comprometidos com pacientes, e o paciente no centro da atenção. Essa atenção é integral. Eu vivi isso e achei que aqui no Brasil era aquilo que o sistema precisava", diz Monique.

Ela é considerada a primeira médica da família no Brasil, já que foi ela quem implantou as primeiras equipes de saúde da família em São Paulo, em 1996. Monique teve participação na criação de várias unidades básicas de saúde na Zona Leste, onde as irmãs marcelinas atuam.

"Agora, a Congregação entendeu que a gente precisava ir pra África, o Papa vem falando muito de ir para as periferias, ir para a áfrica, teve o sínodo recentemente na África. A congregação entendeu que além da educação, nós devíamos começar uma missão de saúde na África", afirma a irmã, ao se despedir do Brasil.

"Eu fico emocionada porque acho que isso daqui é a verdadeira medicina. Se a gente conseguir formar médicos que possam se entusiasmar, nós vamos revolucionar, vamos dar mais saúde para população. Porque aqui a gente não trata das doenças, a gente trata as pessoas de verdade. As pessoas, na sua integralidade, desde a sua casa até o seu trabalho. E a família como um todo", afirma Monique.

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